O Pedrón é um Ara romana de granito, dedicada ao Deus Netuno, Deus do mar, que foi construída, provavelmente, no século II e que deu nome à cidade de Padrón, localizada no Caminho Português desde Tui.
Na mesma aparece a seguinte inscrição: “NO ORIS ESES D S P”, que é interpretada como “A Netuno, o Fórum Iriense, com o seu dinheiro” ou “A Netuno, os Orieses colocaram às suas expensas este monumento” (já que desapareceram numerosas letras apagadas pelo desgaste do tempo e pela tradição medieval de abraçar a “pedra” pelos peregrinos que faziam viagens organizadas ao Caminho de Santiago).
Era usada para amarrar as embarcações no porto exterior de Iria Flavia, pelos fenícios e, segundo a tradição, o “Pedrón” serviu para amarrar a embarcação que transportou o corpo do Apóstolo Santiago de Palestina até à Galiza. Pode ser considerada parte do cais milenar de Iria Flavia. Por este motivo, foi derivada a grande importância que teve, nos primeiros anos de peregrinação, a cidade de Padrón e, de facto, entre os peregrinos ouvia-se o seguinte ditado: “Quem vai a Santiago e não vai a Padrón, ou faz a Romaria ou não”.
Encontra-se situada sob o altar-mor da Igreja de Santiago de Padrón, que se encontra junto ao rio Sar. Muitos dizem que é aqui que realmente começa a origem do Caminho de Santiago.
Muito próxima encontra-se, num monte próximo, o Altar do Apóstolo, Ermida de Santiaguíño do Monte, numa zona rochosa onde existe um cruzeiro e a figura do apóstolo, onde, segundo a tradição, ele esteve pregando aos gentios e onde fez brotar com o seu báculo a fonte milagrosa que se encontra debaixo da ermida, perto da mesma. Na Idade Média, os peregrinos costumavam subir os seus degraus de joelhos, rezando em cada um deles, pelo inferno, pelo céu e pelo purgatório, como assim o chamavam.
À localidade de Padrón pode-se chegar a pé, fazendo a etapa Caldas de Rei-Padrón, ou pode-se fazer a variante espiritual com a Translatio de barco, e os últimos 2,5 km a pé. Outros peregrinos decidem fazer o Caminho de Santiago desde Sarria como primeiro contacto, dada a sua popularidade, e posteriormente passam para o Caminho Português, onde já podem ver o Pedrón.