Caminho a Finisterra é conhecido como Prolongamento Jacobeu, ou Epílogo ao Caminho de Santiago. Este é o único que, na verdade, tem como ponto de partida a Catedral de Santiago.

A nossa empresa para fazer o Caminho de Santiago considera que este caminho tem uma identidade própria. Aqueles que chegam até o que um dia foi para os nossos ancestrais “O fim do mundo” poderão obter o certificado de “a Fisterrana”, e se também chegar até Muxía, conseguirá o certificado “a Muxiana“.

O Caminho de Finisterra também é muito antigo, até mais do que a Cristandade. Há provas de que os pagãos faziam o caminho até Finisterra. Acreditavam que ali o sol morria e que os mundos da luz e das trevas se reuniam ao mesmo tempo.

Origem e história do Caminho a Finisterra

Esta é uma rota milenar carregada de encontros mágicos e com lendas de povos perdidos e rituais esotéricos. Se quiser atravessar este caminho, conhecerá a cultura popular mais fascinante da Galiza.

A origem e história primitiva deste lugar não estão muito bem documentadas. Diz-se que, na antiguidade, pensava-se que Finisterra (ou Finis Terrae, como a chamaram os romanos) era o ponto mais ocidental do mundo. Por isso, lhe chamaram o fim da terra conhecida. Acreditava-se que além da península formada pelo Cabo de Finisterra não havia mais nada.

Assim, decidiram construir nesse local um altar em honra ao astro-rei. Aqui adoravam o sol, rezavam e faziam ofertas de agradecimento aos deuses. Também praticavam diversos rituais, muitos relacionados com a fecundidade.

Farol de Finisterra

História do nome “Costa da Morte”

Também se mencionou a origem da Costa da Morte, que está relacionada com a crença de que o Caminho de Finisterra conduzia ao fim do mundo. Quanto ao nome Costa da Morte, existem três teorias, das quais duas se referem a este fato:

  • Uma teoria sustenta que o nome vem do fato de que na costa o sol morria.
  • Outra aponta que se associa ao termo “a morte de toda a terra conhecida”
  • A terceira corrente defende que a origem do nome se deve à alta mortalidade de marinheiros que se registava nos mares.

Onde começa a rota do Caminho a Finisterra

Esta rota não leva a Santiago de Compostela, mas parte deste lugar. O Caminho de Finisterra tem dois possíveis destinos: o farol de Finisterra, situado a 88 km, ou o Santuário de A Barca em Muxía, que se encontra a cerca de 82 km.

Muitos peregrinos, quando chegam a Santiago, decidem continuar e começar a travessia no antigo “finisterrae”. Ali podem contemplar a bravura do Oceano a partir do Cabo. Além disso, queimavam alguma peça de roupa que levaram na peregrinação como símbolo de renovação (agora está proibido queimar roupas, sob multa).

Rota do Caminho a Finisterra e principais cidades

Este é um caminho de curto percurso, um pouco mais de 88 km, que se divide em 5 etapas sinalizadas, como os outros caminhos jacobeus.

Esta é considerada a segunda via de peregrinação mais popular. Os dados registados nas acomodações do Caminho de Finisterra-Muxía e nas entidades que distribuem os certificados de peregrinação indicam que o número de peregrinos aumenta ano após ano.

Caminho de Santiago desde Finisterra

Etapa 1: Santiago de Compostela – Negreira (20,6 km)

Esta primeira etapa passa pelo município de Santiago. Começa na Praça do Obradoiro, entre o Palácio de Raxoi e o Hospedaria dos Reis Católicos. Depois, segue pela rua das Huertas.

A seguir, continua por Pombal e Poza de Bar até o bosque de San Lourenzo. Aqui, encontra-se o primeiro indicador oficial da rota. Este bosque tem notícias desde tempos antigos. Entre os carvalhos, podemos visualizar o muro que rodeia o convento de San Lourenzo de Trasouto, que foi transformado em palácio no século XIX.

A primeira etapa do Caminho a Finisterra e Muxía é muito confortável. Desde Santiago de Compostela, poderá ver belas paisagens rurais, pinheiros e eucaliptos. Antes de chegar a Negreira, encontrará Ponte Maceira, uma das aldeias mais bonitas de Espanha.

Além disso, atravessará a gloriosa ponte de pedra para admirar a passagem do rio Tambre e desfrutar da arquitetura das suas casas.

Etapas 2 e 3: Negreira – Maroñas – Olveiroa (32,6 km)

Esta é uma das etapas mais duras, já que é um ambiente rural cheio de subidas e descidas. Além disso, é o trajeto mais longo de todos os que compõem esta rota.

Os primeiros 13 quilômetros até Vilaserío avançam por florestas densas. Além disso, a inclinação é geralmente positiva, por isso é um trecho bastante cansativo. Já os próximos oito quilômetros até Santa Mariña são mais suaves e é um território mais aberto.

O último trecho é a descida do Monte Aro. Você verá belas vistas do Vale do Xallas e da barragem de Fervenza.

Etapa 4: Olveiroa – Cee (17,9 km)

O imponente rio Xallas marca o início desta etapa. Esta rota leva-nos pelas proximidades do santuário da Nosa Señora das Neves e o alto de O Cruceiro da Armada.

Saímos de Olveiroa para contemplar o impressionante rio Xallas, que flui entre uma vegetação exuberante. Atravessa-se o rio Hospital para entrar em O Logoso e depois na aldeia de Hospital. Mais tarde, surge a rotunda que bifurca os caminhos para Fisterra e Muxía.

Depois vem uma descida acentuada que oferece vistas para a ría de Corcubión.

Corcubión

Etapa 4: Cee – Corcubión – Finisterra (15,2 km)

Cee é o município mais grande da Costa da Morte. Chega-se ao centro da vila através de Campo Sacramento e da Rúa Magdalena.

Muito perto está Corcubión, que conserva um centro histórico que foi declarado conjunto histórico-artístico. Através da Rúa San Marcos, chega-se à bela igreja homónima, construída em estilo gótico-marítimo no final do século XV.

E assim se chega à última etapa que vai de Corcubión a Finisterra.

A localidade tem um assentamento celta, do qual se conservam alguns vestígios no castro do monte Quenxe, oferecendo vistas magníficas sobre a ría. Nessa localidade pode-se visitar a igreja de San Marcos, o Pazo dos Condes de Altamira, a Capela do Pilar, o Castelo de Cardenal e o edifício de José Carrera.

Finisterra é um ponto do planeta considerado durante séculos o fim do mundo, o lugar onde o sol se punha nas águas escuras do oceano Atlântico.

Atualmente, tem cerca de 5.000 habitantes, sendo formada por Fisterra, como núcleo principal, e várias paróquias vizinhas. É um claro exemplo de vila piscatória, onde se observa o porto e o mercado. Esta é uma zona preparada para o turismo.

Esta rota é uma opção para os peregrinos que querem transitar perto da costa e é uma rota menos transitada que o famoso Caminho de Santiago francês desde Sarria.